Você vive dizendo que “não tem tempo pra nada”, mas curiosamente sabe tudo que aconteceu no último episódio da série da vez, não perde um scroll no feed, e ainda tem energia pra reclamar da vida. Então vamos encarar os fatos: ou seu relógio gira diferente do nosso, ou tá faltando um pouco de… organização.
Passo 1: Jogue a real com você mesmo
Antes de sair comprando planner de R$ 150 achando que isso vai mudar sua vida, faça algo revolucionário: pegue uma folha de papel, um Word, uma planilha — o que for — e liste TUDO que você já faz na semana.
Coloque lá:
- Seu trabalho que paga as contas (ou pelo menos tenta);
- Suas tarefas domésticas (lavar, passar, se arrepender de não ter lavado antes);
- Seu glorioso tempo de sono (aquele que você jura que “precisa de 10h”);
- Os compromissos fixos, tipo igreja, futebol, terapia ou as sessões de sofrimento na academia.
Sem autoengano. Seja brutalmente honesto. Afinal, você está conversando com você mesmo (e com a planilha).
Passo 2: Atribua tempo a cada item — sim, quantifique o caos
Agora, na frente de cada item, anote quantas horas por semana aquela atividade te suga. E aqui vai um plot twist: se você é uma daquelas almas que vive no improviso e acha que a vida é um eterno “deixa a vida me levar”, coloque o tempo que gostaria de dedicar.
Por exemplo: você dorme 10 horas por dia, mas quer ser um pouco mais funcional? Coloca lá 7 horas. Porque, né… nada como sacrificar umas horinhas de sono pra tentar fazer a vida funcionar.
Agora, se você trabalha durante do dia, estuda a noite e ainda tem que cuidar da casa, o que eu posso te sugerir é tentar encontrar alguma forma de, durante o seu tempo de trabalho ou de estudos, tirar algum tempo para pensar em uma forma de otimizar seu tempo no sentido de criar novas oportunidades. Exemplo: Você tem duas horas de almoço. Almoce em 20 minutos. Descanse um determinado tempo. Depois faça uma aula de 30 minutos ou 1 hora. Assim, no final da semana, você terá umas 5 horas de sabedoria a mais sobre algo que pode se tornar disruptivo na sua carreira. E, sim, eu sei, isso não é nada fácil. Mas, nada é e, pra quem está nessa situação, as coisas são mais difíceis.
Passo 3: Hora de sonhar acordado — mas com cálculo
Fez a lista do que já faz? Ótimo. Agora vem a parte divertida: escreva o que VOCÊ QUER fazer, mas nunca começa.
Tipo:
- Aprender uma língua nova (e parar de só enrolar no “Hola, qué tal?”);
- Fazer uma pós pra melhorar o salário (ou pelo menos a autoestima);
- Tocar violão, editar vídeos, abrir um canal no YouTube;
- E a velha promessa: entrar na academia. (Sim, eu sei que só de escrever já deu preguiça.)
Anote essas metas e diga quantas horas por semana você quer dedicar a cada uma. Sem ilusão. Não adianta colocar “aprender mandarim em 30 minutos semanais”. Seja realista, mas não cínico.
Passo 4: Distribua os dias — sem fazer sua agenda parecer um jogo de Tetris
Agora que você tem todas as atividades com seus respectivos tempos, atribua os dias da semana em que cada uma acontece ou vai acontecer.
Exemplo:
- Dormir: domingo a domingo (a menos que você seja um vampiro);
- Trabalho: segunda a sexta (ou segunda a sábado, se a CLT deixou de te amar);
- Curso: terça e quinta das 19h às 21h;
- Academia? Segunda, quarta e sexta. Mentira, você ainda não começou. Mas vai que…
Esse passo é importante pra você não descobrir, depois, que marcou curso, academia e terapia tudo às 19h de quarta. A agenda não tem botão “clonar você”, infelizmente.
O número mágico: 168 horas (e você ainda jura que não tem tempo)
Sim, uma semana tem 168 horas, e não importa se você é CEO, estudante ou entregador de delivery — a matemática é a mesma (Eu sei, que tem gente que ficar 4 horas na condução pra ir pro trampo e gente que vai de carro com ar condicionado e leva 20 minutos. Estamos aqui apenas trazendo ideias generalistas.)
Vamos brincar de subtrair?
- Se você decidiu dormir 7h por dia, isso já vai 49 horas da sua semana. Sobram 119h.
- Se trabalha 8h por dia de segunda a sexta, são mais 40h. Agora você tem 79 horas livres.
Setenta e nove. Sete. Nove.
Quase a metade da sua semana… e você aí dizendo que não consegue “encaixar” nada novo na rotina. A verdade dói, né?
Lembrando, existem situações que essa conta acima é absolutamente utópica. Tem muita gente que tá no corre aí e realmente a coisa não é simples. Mas, o ponto aqui é sobre começar a se movimentar em outra direção.
Agora sim: distribua o resto do tempo e pare de se sabotar
Com as 79 horas restantes, você pode fazer mágica — ou pelo menos parar de viver no piloto automático. Comece distribuindo suas atividades secundárias (as que você quer encaixar) de forma lógica. Dia, horário, frequência. Organize. Planeje. E, por favor, cumpra.
Use uma planilha simples no Google Sheets (gratuita e salva na nuvem, ou seja, sem desculpa). Se preferir Excel ou caderno, vai fundo — só não deixe no campo das ideias.
Conclusão: Não é sobre ter tempo. É sobre parar de desperdiçar.
Você tem tempo. O que você não tem é clareza sobre como está usando. E no fundo, você já sabe disso. Só não queria olhar no espelho e admitir que as 3h diárias no Instagram talvez não estejam te levando pra onde você quer chegar.
Então, antes de reclamar da vida, do chefe, do governo, do horóscopo, olhe a sua semana com sinceridade e faça o que precisa ser feito. Seu futuro agradece. Ou não. Vai depender do que você fizer com essas 168 horas.

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